O brinquedo cria uma região de tensão criativa, à qual Vygotsky denominou de Zona de
Desenvolvimento proximal: “região” de domínio psicológico em constante transformação, representada pela
distância entre o nível de desenvolvimento real e o nível de desenvolvimento potencial. No brinquedo, a criança
sempre age como se ela fosse maior do que é na realidade, “como no foco de uma lente de aumento, o
brinquedo contém todas as tendências do desenvolvimento de forma condensada, sendo, ele mesmo, uma grande
fonte de desenvolvimento”, (VYGOTSKY, 1989, p.117).
“A brincadeira como atividades de criança pequena, caracterizada por uma liberdade
total de regras, excetuando-se as pessoalmente impostas, pelo envolvimento solto da
fantasia; e pela ausência de objetivos fora da atividade em si. Quanto aos “jogos”, por
outro lado, são, de regra, competitivos e caracterizados por uma exigência de se usar
os instrumentos da atividade do modo para o qual foram criados, e não como a
imaginação ditar, e frequentemente por um objetivo ou propósito externo à atividade
em si, como por exemplo, o de ganhar” (BETTELHEIM, B.,1988. p.157).
O jogo é, portanto, sob as suas duas formas essenciais de exercício sensório-motor e de
simbolismo, uma assimilação da real à atividade própria, fornecendo a esta seu alimento
necessário e transformando o real em função das necessidades múltiplas do eu. Por isso, os
métodos ativos de educação das crianças exigem todos que se forneça às crianças um material
conveniente, a fim de que, jogando, elas cheguem a assimilar as realidades intelectuais que, sem
isso, permanecem exteriores à inteligência infantil. (PIAGET,1976, p.160).